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Ética na sua essência

BREVEMITO
Ética na sua essência
As suas fases
Gulamo Jamal
19-10-2017
O presente artigo aborda a essência da ética, relatando-a à partir dos tempos clássicos até aos dias contemporâneos, trazendo os pensamentos de alguns filósofos que marcaram o tema.
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Índice
1.1 Introdução ......................................................................................................................................... 3
2.1 Conceito de ética ............................................................................................................................... 4
3.1 A ética na antiguidade clássica ........................................................................................................... 5
3.2 A ética na Modernidade ..................................................................................................................... 6
3.3. Ética Contemporânea ........................................................................................................................ 6
4.1 Por que da ética? ................................................................................................................................ 6
5.1 Ética científica ................................................................................................................................... 7
5.2 Ética dos direitos humanos................................................................................................................. 7
Ética e os valores espirituais .................................................................................................................... 7
Considerações finais ................................................................................................................................ 8
Bibliografia ............................................................................................................................................. 8
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1.1 Introdução
Uma sociedade só existe quando os princípios da ética são considerados, pois o ser humano é um ser social, vive em sociedade, ou seja em grupo.Com tal é necessário duas ordens, pois esta convivência só permanece com leis que pune o infrator ( campo do Direito) e a outra é a consciência moral, onde o indivíduo tem de reagir ao certo e ao errado, a capacidade de distinguir entre o bem e o mal. A ética tem sido tradicionalmente analisada por filósofos desde o tempo dos gregos clássicos. A palavra ética vem do grego ethos, que significa hábito ou costume, aludindo, assim, aos comportamentos humanos. É o domínio da filosofia responsável pela investigação dos princípios que orientam o comportamento humano. Ou seja, que tem por objecto o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correto e o incorreto.
A ética, como expressão única do pensamento correto conduz à ideia da universalidade moral, ou ainda, à forma ideal universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo pensamento normal e sadio. Este presente artigo discute a essência da ética num momento em que a sociedade pós-moderna passa por uma revisão de valores e atitudes.4


2.1 Conceito de ética
O conceito de ética é tanto antigo quanto é antiga a história do ser humano, e desde as suas origens, sobretudo quando ganhou a consciência da sua presença como ser diferente, e desde que começou a fazer a experiência da sua existência e busca de realização, o ser humano sempre se inquietou sobre como estar com os outros, como agir, como deve ser e fazer. Por isso, pode-se sustentar que o discurso ético inicia com grandes questionamentos, tais como: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Em que mundo vivo? Como é que vivo? Até quando viverei? Como viver e agir perante os outros e a natureza? E o que será o depois da minha partida deste mundo? [1]

A ética é uma palavra originária do grego ethiké: "ciência relativa aos costumes". Pertence ao domínio da filosofia, na medida em que a sua finalidade é a vida humana e os meios de a alcançar, tendo por objecto o juízo de apreciação com vista à distinção entre o bem e o moral. [2]
Etimologicamente, o termo “ética” vem do grego ethos. Quando escrito éthos, com acento agudo, representa a ideia fundamental de usos, costumes, que na vida de um povo ocupam um lugar importante no conceito próprio de moralidade, e, portanto, identificando-se mais com a moral e, quando escrito êthos, com acento circunflexo, significa carácter ou modo de ser, e dá, portanto, a ideia de disposição interior, de personalidade. Portanto, podemos dizer que o universo ético compreende esses dois pôlos: o pôlo exterior (próprio da moral, dos costumes), e o pôlo interior (próprio da interioridade, do carácter).

Originariamente, o conceito era tomado a partir do seu carácter exterior, de vida colectiva. Daí o conceito ser usado para acções que promovam o bem comum ou a justiça no meio social. Devido ao facto de que os gregos a utilizavam no sentido de hábitos e costumes que privilegiassem a boa vida e o bem viver entre os cidadãos, com o tempo tal palavra passou a significar modo de ser ou carácter. Enfim, tinha que se garantir um modelo de vida que deveria ser adquirido ou conquistado pelo homem por meio da disciplina rígida que lhe formaria o carácter e que seria transmitida aos jovens pelos adultos. Na Grécia, o homem aparece no centro da política, da ciência, da arte e da moral, uma vez que para sua cultura até os deuses eram humanos com seus defeitos e qualidades. [1]
O termo “ética” refere-se à filosofia moral, isto é, ao saber que reflete sobre a dimensão da ação humana, enquanto que “moral” denota os diferentes códigos morais concretos. A moral responde à pergunta “O que devemos fazer?” e a ética, “Por que devemos? No entanto a ética não se identifica com nenhum código moral, mas isso não significa que ela seja neutra diante dos diferentes códigos.[3]

A palavra ética vem do grego ethos, que significa hábito ou costume, aludindo, assim, aos comportamentos humanos. É o domínio da filosofia responsável pela investigação dos princípios que orientam o comportamento humano. Tem por objecto juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correto e o incorreto. [4]
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Ética na antiguidade clássica não se resumia à moral (entendida como "costume", ou "hábito", do latim mos, mores), mas buscava a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver e conviver, isto é, a busca do melhor estilo de vida, tanto na vida privada quanto em público. A ética incluía a maioria dos campos de conhecimento que não eram abrangidos na física, metafísica, estética, na lógica, na dialética e nem na retórica. Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, às vezes política, e até mesmo educação física e dietética, em suma, campos direta ou indiretamente ligados ao que influi na maneira de viver ou estilo de vida. Um exemplo desta visão clássica da ética pode ser encontrado na obra Ética, de Spinoza.

Actualmente a ética seja definida como "a área da filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades humanas e busca explicar e justificar os costumes de um determinado agrupamento humano, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, quando julga-se do ponto de vista do Bem e do Mal.

3.1 A ética na antiguidade clássica
De acordo com Sócrates, sem um exato saber não é possível uma ação justa e sempre que há saber, a ação justa resulta automaticamente. O saber é a raiz de toda ação ética, e a ignorância a fonte de todos os erros.
A grande questão da ética socrática "Como se deve viver?" pode ser melhor entendida assim: "Como viver racionalmente?". O "devo" não indica uma obrigação ética abstrata nem empírica. Na verdade, ele invoca uma exigência racional fundada sobre a compreensão da natureza humana, que permite definir o fim (télos) que se procura alcançar. Essa vida que é a mais racional de se viver é aquela à qual correspondem os dispositivos e as normas inscritas na natureza do homem. Essa vida é essencialmente uma "vida ética" que persegue a felicidade. Os gregos, em geral, não conceberam vida ética sem ter a felicidade por recompensa.

Sócrates defende a tese segundo a qual os homens perseguem a forma humana do bem, isto é, a felicidade. A felicidade é definida, na Grécia antiga, a partir da procura dos bens reais, os quais têm um valor objetivo e que sustentam o fim da ação humana. Para Sócrates (histórico), estes bens se reduzem a apenas um, o conhecimento, mas Platão também menciona a ordem, a medida e o limite. Segundo Sócrates a virtude é condição necessária e suficiente para a felicidade. O homem virtuoso será sempre feliz. A partir de Sócrates, e graças a ele, a ética grega passa a ser centrada no agente. O desenvolvimento ético do indivíduo resulta na formação e na perfeição de seu caráter ético.
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3.2 A ética na Modernidade

No entanto Immanuel Kant tem o conceito de etica baseado no imperativo categorico. Para o filósofo alemão, imperativo categórico é o dever de toda pessoa agir conforme princípios os quais considera que seriam benéficos caso fossem seguidos por todos os seres humanos: se é desejado que um princípio seja uma lei da natureza humana, deve-se colocá-lo à prova, realizando-o para consigo mesmo antes de impor tal princípio aos outros. Em suas obras, Kant afirma que é necessário tomar decisões como um ato moral, ou seja, sem agredir ou afetar outras pessoas.


3.3. Ética Contemporânea

Considera-se a Revolução francesa como o marco inicial da época contemporânea.
A reflexão da ética contemporânea se desdobrou numa serie de concepções distintas a cerca da moral e a sua fundamentação. Seu ponto comum é a recusa de uma de uma fundamentação exterior, transcendental para a moralidade. Centra no homem concreto a origem dos valores e das normas morais.
Um dos pioneiros a formular a ética do homem concreto foi Hegel. Este junto com Holderlin e Schelling estiveram atentos a revolução francesa e colaboraram em uma crítica das filosofias de Kant, por não levar em conta a história e a relação do individuo com a sociedade; não apreender os conflitos reais existentes nas decisões morais; considerar a moral uma questão pessoal instintiva e subjectiva na qual o sujeito decide entre suas inclinações e razão.
Para Hegel a moralidade assume conteúdos diferenciados ao longo da história das sociedades; a vontade individual não seria apenas um dos elementos da vida ética de uma sociedade em conjunto; a moral seria resultado da relação entre o individuo e o conjunto social.
Em cada momento histórico, a moral se manifestaria tanto nos códigos normativos como nas culturas e nas instituições sociais. Desse modo, Hegel vinculou a ética á história e a sociedade.

4.1 Por que da ética?

A Ética, enquanto ramo do conhecimento, tem por objeto o comportamento humano do interior de cada sociedade. O estudo desse comportamento, com o fim de estabelecer os níveis aceitáveis que garantam a convivência pacífica dentro das sociedades e entre elas, constitui o objetivo da ética. Em qualquer sociedade que se observe, será sempre notada a existência de dilemas morais em seu interior. Os dilemas morais são um reflexo das ações das pessoas, e surgem a partir do momento em que, diante de uma situação qualquer, a ação de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos, contraria aquilo que genericamente a sociedade estabeleceu como padrão de comportamento para aquela situação.
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5.1 Ética científica

A ética científica pode ser entendida como um conjunto de regras que determinam a conduta científica nos experimentos que interferem com os aspectos importantes, relacionados ao respeito à vida humana. Atualmente fala-se em bioética, estendendo-se o termo a todo o mundo vivo e ao meio ambiente. Essas regras de conduta têm-se tornado cada vez mais importantes nos dias de hoje, principalmente no que se relaciona a: manipulação de genes, aborto, esterilização, fecundação artificial, transplantes de órgãos, eutanásia e transexualidade, aspectos nos quais é importante que as implicações de estudos dessa natureza sejam avaliadas. Portanto a etica cientifica pode ser entendida como o conjunto de regras que determinam a conduta cientifica.
5.2 Ética dos direitos humanos
Conjunto de valores que dignificam o individuo, garantindo a liberdade, tratando o individuo como ser vivo racional , e não como objecto. A dignidade humana é a base fundamental, conversível em norma de ética em termos de conteúdo, o que significa dizer que, neste sentido, os direitos humanos, entendidos, eticamente, como a garantia da dignidade humana, se configuram em conteúdo fundamental de uma ética universalmente válida.
Ética e os valores espirituais
Antes do ser humano ser verdadeiro frente ao semelhante, precisa ser sincero consifo mesmo. Suas acçoes devem ser guiadas pelo seu Eu mais profundo, a consciencia, onde estao gravados os principios elementais da vida, conferidos por Deus a cada uma das suas criaturas.
Para ser ético o ser humano deve ser profundo na sua forma de enxergar e de sentir as coisas. Não observá-las apenas com olhos da carne, externo, mas com o seu olhar espiritual, composto por uma série de impressoes intimas, as quais fazem a consciencia ficar leve ou pesada, dependendo do rumo das acçoes. [5]

Esse olhar interior permite ao ser humano discernir o certo do errado sem grandes dificuldades. Basta ouvir a voz da consciencia que suas escolhas tendem a ser correctas sempre, porque não existem erros onde a pessoa atende o seu Eu mais profundo, deixando-se guiar por ele em suas acçoes. Quando estao correctas a consciencia fica leve, provando que a escolha foi certa. Mas quando errada a mesma consciencia pesa mostrando que algo não esta em ordem dentro do individuo.
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Considerações finais

O artigo demonstrou que o homem é uma unidade de alma e corpo, com isso ele precisa alimentar os dois porem não pode ultrapassar os limites, violando a liberdade dos outros. Vivemos num mundo complexo, global, tecnológico, intercultural. Numa sociedade dominada pelas redes de informação e comunicação, onde a legitimidade decisória já não vem da hierarquia mas do consenso, onde o desenvolvimento depende da confiança e de valores como a cooperação e participação de todos, e, por isso, onde necessitamos de valores e critérios de atuação universais.


Bibliografia
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[1]
P. J. A. P. L. A. M. Padre Elton João C. Laissone, MANUAL DE ÉTICA GERAL, Beira, 2017.
[2]
D. M. V. Leitão, Uma Reflexão Sobre a Ética Ocidental, 2003.
[3]
E. M. ADELA CORTINA, etica, São Paulo: Loyola, 2005..
[4]
F. F. Carlos Carapeto, Ética e Deontologia - Manual de Formação, Lisboa, 2012.
[5]
“https://espiritualidadevirtual.wordpress.com,” [Online]. [Acedido em 17 Outubro 2017].

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