1. Existem três (ou cinco) reinos dos seres
vivos
Reino animal (Animalia), vegetal (Plantae)
e das bactérias (Monera) eram os “originais” dos livros didáticos. O dos
protozoários (Protista) e dos fundos (Fungi) se tornaram adições
comuns – mas nem esse apêndice dá conta da classificação mais atualizada dos
seres vivos. Costumávamos jogar grande parte dos micro-organismos na mesma
caixinha. O problema é que sabemos, hoje, que eles representam a enorme maioria
das espécies do planeta. Conhecemos 1,7 milhão delas, já classificadas pela
ciência. Mas estima-se que exista um total de 9 milhões de espécies na Terra –
e mais de 5 milhões seriam tipos diferentes de micro-organismos.
Hoje, portanto, o número de reinos varia entre
6 e 8. O reino Monera foi dividido em dois: Eubacteria,
com os seres monocelulares que chamamos de bactérias, e Archea,
composto de microorganismos externamente parecidos com as bactérias, cujos
organismos, no entanto, funcionam de forma muito diferente. Alguns deles,
inclusive, são capazes de sobreviver em ambientes muito extremos, como gêiseres
extremamente ácidos e zonas sem oxigênio.
Animalia, Plantae e Fungi permaneceram
iguais. Já o Protista pode ser dividido em até três grupos,
dependendo da classificação: Protozoa (protozoários com
unicelulares com núcleo organizado), Archezoa (parecidos com
protozoários, mas célula não possui mitocôndria) e Chromista (que
reúne, principalmente, espécies de algas).
2. A Muralha da China é a única estrutura
humana que pode ser vista do espaço
Esse já de cara não parece um fato muito
consolidado, né? A verdade é que tudo depende da distância em que você está da
Terra. Da Lua, segundo um dos astronautas da Missão Apollo, você só vê uma
esfera esbranquiçada, com pontos de azul e no máximo uns sinais de vegetação.
Já da subórbita próxima, em que ficam os satélites, dá para enxergar luzes das
grandes cidades, represas, aeroportos… Grandes estruturas em geral,
especialmente quando estão “destacadas” por uma camada de neve. O mesmo vale
para a Muralha da China.
3. Diamante é a estrutura mais dura que
existe
O recordista desta categoria muda com
frequência, já que seguimos descobrindo como combinar diferentes compostos
(geralmente a pressões altíssimas) para criar materiais mais resistentes. A
maioria deles é extremamente raro na natureza, mas pode ser criado em
laboratório simulando as condições extremas de surgimento.
É o caso da lonsdaleíta, parecida com o diamante:
também é composta de átomos de carbono, mas em outro arranjo geométrico, que a
torna 58% mais resistente que ele. Pelo que sabemos do seu comportamento,
provavelmente é forjada naturalmente em impactos de asteroides. Outro é o
nitrato de boro de wurtzita, que surgiria em erupções vulcânicas muito
violentas.
O queridinho dos teste de dureza é o nitreto
de boro cúbico. Ele é menos duro que o diamante em temperatura ambiente. Mas
pode ter seus átomos reorganizados em laboratório para ganhar ultradureza. Além
disso, é mais estável que o diamante em termos de temperatura: aguenta até 2
mil ºC sem perder sua característica resistente. Tente fazer a mesma coisa com
o diamante, e vai ver ele virar grafite rapidinho.
4. As bruxas de Salém foram
queimadas na fogueira
De acordo com Richard Trask, arquivista da
cidade (que hoje se chama Danvers), a queima de mulheres acusadas de bruxaria
não aconteceu em Salém. O vilarejo, que fica em New England, nos EUA, ainda
seguia a lei britânica na época, que punia a bruxaria (acusação “guarda-chuva”
para qualquer não conformismo feminino à época, vale acrescentar) com
enforcamento.
Queimar mulheres vivas foi uma tática mais
difundida na Europa Ocidental, por recomendação da Igreja. Olha só, que “alívio”.
5. Os escravos construíram as pirâmides do
Egito
A narrativa bíblica e os filmes acabaram
influenciando a história, nesse caso – muita gente associa a escravidão do povo
de Israel no Egito à construção das pirâmides. Em primeiro lugar, não há menção
nenhuma disso na Bíblia. Em segundo lugar, as evidências arqueológicas indicam
que os trabalhadores que construíram as pirâmides eram egípcios
livres. Alguns arqueólogos e historiadores defendem que
esses homens eram subordinados a nobres, para os quais deviam uma parcela do
seu tempo de trabalho, de forma similar ao feudalismo. Não seria uma escolha,
propriamente dita, ficar carregando blocos de pedra, mas também não seria
trabalho forçado sem qualquer remuneração. Na realidade, as evidências apontam
para uma função que era até bastante privilegiada. Os trabalhadores tinham sua
própria cidade, seu próprio cemitério e uma alimentação quase luxuosa para a
época. O trabalho era sim, precário e árduo, mas era feito por gente de status
social mais elevado que o de escravos.
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